
O ódio emerge de minhas palavras
assim como o descaso me condena.
E na boca dos loucos me vejo beijando a morte.
Negra, fria e indolor.
Na solidão me vi parado na beira de um abismo
e sem pensar duas vezes pulei.
Cai de cabeça no vazio escuro e desconhecido
chamado de vida.
Enquanto caía vi falsos sorrisos,
falsos amigos;
falsos amores.
Continuei caindo,
mais agora no vazio de uma vida sombria e escura.
E na imensidão deste lugar desconhecido.
Foram tragédias seguidas de tragédias,
vividas até o dia de minha morte.
E o cheiro de podridão que inalei enquanto caía;
era muito maior que a dor e a crueldade,
das palavras que deixo agora.
Deixei a dor me sufocar
deixei o ódio me deteriorar
deixei as magoas me dominarem
e me tornei o que sou hoje.
Dor.
Ódio.
Mágoa.
Lixo.
Foi só o que sobrou deste corpo
que em breve estará sendo devorado
por germes.
M.Morandi.
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